O que me motivou a trabalhar com pesquisa e genealogia?
Boa noite galera, tudo certo? No post de hoje vou contar um pouco sobre minhas motivações para começar a trabalhar no mundo da pesquisa e genealogia. Contando um pouco de como foi minha experiência pessoal.
Marcelo Alfonso Schiavini
10/9/20233 min read


Quais foram minhas motivações para começar a me interessar por genealogia?
Minha família tanto por parte materna quanto paterna é maciçamente descendente de italianos. Graças a essa herança pude ter a honra de dar continuidade na transmissão da cidadania via sanguínea (iure sanguinis). Meu avô paterno, o senhor Alfonso Domingos Schiavini, natural da região de Erechim – RS, sempre foi um grande entusiasta em pesquisa genealógica. No nosso caso com a origem da família Schiavini. Lembro muito bem da primeira vez em que ele me contou que o seu avô era italiano. Eu era pequeno, porém nunca me esqueci, sempre achei muito interessante essa bagagem cultural. Há algumas décadas atrás, meu avô começou a aprofundar sua pesquisa, foi visitar seus irmãos, tios e primos, a fim de conseguir mais informações a respeito do “dante causa” da família Schiavini, o qual se chamava Raffaele Schiavini. Como naquela época não existia ainda o advento da internet, as pesquisas eram bastante difíceis de serem feitas. Você dependia exclusivamente de histórias e informações muito pouco precisas a respeito do que de fato lhe interessava. Ainda assim meu avô conseguiu coletar algumas informações precisas, outras nem tanto e redigiu um breve livro transcrevendo tudo o que descobriu ao longo de sua pesquisa. Raffaele Schiavini é avô do meu avô, proveniente da província de Bergamo, norte da Itália.
Muitos anos depois, comecei a me interessar pelo reconhecimento da cidadania italiana, pois até dado momento não sabia que era possível. Tive grande incentivo de um amigo que estava começando a trabalhar com cidadania italiana e em 2013 comecei esta caminhada. Houveram alguns empecilhos durante a busca dos documentos, então resolvemos mudar para a linha da família da minha mãe de sobrenome Guglielmetti. Finalmente em 2018 recebi a tão esperada pasta dos documentos finalizada. No ano seguinte, em 2019, fomos para a Itália finalizar nosso tão sonhado reconhecimento da cidadania italiana. Foram comigo minha mãe e minha irmã. Ainda bem que tínhamos a possibilidade de utilizar a linha da família da minha mãe, pois foi muito mais simples de conseguir tudo o que era necessário. Infelizmente eu não sabia disso antes de começar tudo lá em 2013. Em uma conversa tomando café com minha família, minha mãe contou que sua prima havia feito o processo pela mesma linha. Ao saber desta informação, parece que tudo se abriu de maneira muito positiva. Após esse dia tudo começou a dar certo.
Por lá ocorreu tudo bem, apenas pegamos muitos feriados e eleições, com isso acabou atrasando um pouco o desenrolar do processo... O importante é que no fim deu tudo certo. Sempre fui bastante interessado no tema cidadania italiana, decidi por começar a me aprofundar mais e me especializar no assunto. E nada mais interessante para começar do que pelo caso da família Schiavini, que inicialmente não fora finalizada, não é mesmo? Sendo assim me dediquei nas pesquisas a fim de desvendar os “mistérios”, pois nem mesmo meus familiares diretos acreditavam em um resultado positivo. Porém tivemos uma alegre surpresa, ao conseguir encontrar todos os registros do ancestral Schiavini, nascido em 1859. No fim do mês de setembro deste ano de 2023, aniversário de meu avô, tive o prazer de entregar o certificado de batismo do avô dele. Concluindo assim a sua obra após muitas décadas de duvidas e mentiras criadas em paralelo ao enredo verdadeiro.
Foi muito gratificante para mim e para meu avô que hoje tem 91 anos de idade colocar um ponto final na nossa pesquisa. Nem todas as pesquisas genealógicas acabam dando certo, porém a mensagem que vale passar é; “o respeito e a transparência entre pesquisador e cliente sempre devem prevalecer, pois o processo da cidadania Italiana pode impactar diretamente no futuro e no alcance das pretensões pessoais e necessita ter sua devida importância colocada em primeiro lugar”.


Alfonso Domingos Schiavini, 91 anos de idade, com a transcrição original do certificato de battesimo do seu avô, versão atualizada.

